quarta-feira, 23 de março de 2011

Seguindo nessa linha, Carlos cachaça..





Carlos Cachaça, cujo nome original é Carlos Moreira de Castro (Rio de Janeiro, 3 de agosto de 1902 — Rio de Janeiro, 16 de agosto de 1999) foi um compositor brasileiro e um dos fundadores da GRES Estação Primeira de Mangueira.

Morador do morro desde os oito anos de idade, Carlos Cachaça cresceu participando de blocos e cordões, acompanhando o surgimento das Escolas de Samba. Sua obra musical traduz o seu tempo, uma narrativa poética do que viveu. Sem fantasias, seus versos e melodias contam um pouco do que viu e sentiu.

Este mangueirense, apaixonado por Carnaval reuniu várias virtudes. Ao contrário do que seu apelido sugere, Carlos zelava pela diversão e pelo trabalho. Quando jovem bebia, mas não sofria alteração, o que lhe permitia uma total disciplina. Trabalhou na Rede Ferroviária Federal, até se aposentar. Foram quarenta anos, (de 1925 a 1965), trabalhando diariamente sem faltar um dia.

Ao lado do grande Cartola, seu parceiro mais constante, e Saturnino Gonçalves; pai da D. Neuma, entre outros, fundou, em 1925, o Bloco dos Arengueiros, que mais tarde deu origem a Estação Primeira de Mangueira.

Carlos Cachaça, esteve em atividades até a morte, aos 97 anos. Foi o primeiro compositor a inserir elementos históricos nos sambas de enredo, o que é uma norma até hoje. Em 1923 compôs seu primeiro samba “Ingratidão” e em 1932 compõe a primeira parceria com Cartola.

Ganhou o apelido de Cachaça para diferenciar de outros "Carlos" da turma e por causa de sua bebida preferida. Sua última participação ativa na Mangueira foi em 1948, quando a escola foi a 1ª a colocar som no desfile, para o samba-enredo ”Vale de São Francisco”.

Em dezembro de 1980 lançou pela Ed. José Olympio, em co-autoria com Marília T. Barbosa da Silva e Arthur L. Oliveira Filho, o livro “Fala Mangueira”. Em 1997, ao completar 95 anos, foi homenageado, na quadra Mangueira por ser o único fundador vivo da Agremiação.

O único disco solo de Cachaça é de 1976 e inclui pérolas como "Quem Me Vê Sorrindo" (com Cartola) e "Juramento Falso".

Carlos Cachaça foi pouco interpretado pelos cantores da era do rádio. "Não Quero Mais Amar a Ninguém" (com Cartola e Zé da Zilda) é uma exceção. Foi gravado por Aracy de Almeida em 1937 e regravado por Paulinho da Viola em 1973, no LP “Nervos de Aço” (Odeon). Época em que vários dos seus sambas passam a ser "redescobertos".